Hugo Santos é um caso aparte na moderna literatura portuguesa. A sua obra, já vasta, espraia-se pela poesia, conto e romance e merece hoje, pela sua qualidade e singularidade, os favores do público leitor e da crítica. Já distinguido com vários e importantes prémios literários, o seu talento multiforme não pára de nos surpreender e maravilhar. Neste seu novo livro de poesia, género que continua a privilegiar e onde melhor exterioriza a sua fina sensibilidade, dá-nos uma belíssima ode que, como bem ajuíza outro poeta, Domingos Lobo, “é, na vertigem elementar do simbólico, o libreto de uma ópera no qual a música está implícita, se cola à própria pele do poema”.